Fala galera, tudo bom com vocês?
A resenha de hoje é de um livro simplesmente fantástico, que foi publicado aqui pela editora Arqueiro, em uma edição simplesmente fantástica e maravilhosa, e sim, eu tô puxando o saco mesmo, por que a edição é maravilhosa. Estou falando dos livros Mundo Sem Fim – do autor Ken Follett. E pra essa resenha eu convidei a minha amiga que é resenhista do blog, para ler e se encantar com esses livros. Então vamos a resenha.
Livro: Mundo Sem Fim
Autor: Ken Follett
Páginas: 1136
Gênero: Ficção/Romance Histórico
Editora: Arqueiro
Nota:
Sinopse – Uma guerra que dura cem anos. Uma praga que devasta um continente. Uma rivalidade que pode destruir tudo. Na Inglaterra do século XIV, quatro crianças se esgueiram da multidão que sai da catedral de Kingsbridge e vão para a floresta. Lá, elas presenciam a morte de dois homens. Já adultas, suas vidas se unem numa trama feita de determinação, desejo, cobiça e retaliação. Elas verão a prosperidade e a fome, a peste e a guerra. Apesar disso, viverão sempre à sombra do inexplicável assassinato ocorrido naquele dia fatídico.
Nesta história rica e cheia de detalhes conhecemos as reviravoltas que a cidade de Kingsbridge e seus habitantes sofrem ao longo dos anos. O protagonismo é atribuído a Gwenda, Caris, Merthin e Ralph que se conhecem ainda crianças por volta dos 11 anos de idade (exceto Merthin e Ralph que são irmãos), juntos desafiam as regras da cidade e se embrenham na floresta, presenciam o que não deveriam e selam um pacto de nunca falarem sobre isso.
“- Temos de guardar segredo – instou Caris – Haverá problemas terríveis se alguém descobrir.
– Nunca contarei a ninguém – disse Ralph.
– Devemos fazer um juramento – Insistiu Caris.
Formaram um pequeno círculo. Caris estendeu o braço para que sua mão ficasse no centro. Merthin pôs sua mão por cima. A pele de Caris era macia e quente. Ralph e Gwenda uniram suas mãos às dos outros dois. Juraram pelo sangue de Jesus.
E voltaram à cidade.” (pág. 36)
Acompanhamos o crescimento dos quatro ao longo dos anos, seus anseios, seus sonhos e desafios visto que, a maioria dos capítulos se referem à eles. Caris uma menina inteligente, filha do comerciante mais rico da cidade, nunca aprovou autoritarismo, o que a faz ser contra o casamento. Não deseja um homem mandando em sua vida, porém no séc. XIV a única opção para as mulheres são: o casamento ou o convento, e Caris não se sente a vontade com nenhuma das duas.
“Regras que reprimiam seu comportamento pareciam levar Caris à loucura.” (pág. 41)
Gwenda não mora em Kingsbridge, mas em uma aldeia próxima, sua família muitas vezes passavam fome no inverno, por isso ela e o pai roubavam. Aprendeu com a vida a ter esperteza, rapidez, determinação e força o que a ajudou muitas vezes e à sua família ao longo dos anos. Tornou-se muito amiga de Caris, apesar de se verem apenas uma vez por ano. Merthin e Ralph possuem dois anos de diferença, Merthin o mais velho, porém, mais baixo, ruivo e mais inteligente, Ralph, mais novo, mais alto, forte e moreno, nãos costuma pensar em seus atos. Seus pais caíram em desgraça por falta de dinheiro, o que deixa sobre os ombros dos filhos trazerem orgulho aos pais. Forte e brutal Ralph se torna escudeiro, delicado e observador. Merthin se torna aprendiz de carpinteiro.
Deliciamos-nos com essa história incrível que se passa em grande parte na cidade que o autor ambientou em uma época onde a igreja e a nobreza detinham todo o poder, a época do feudalismo, observamos os jogos de poder existentes naquela época, cobra engolindo cobra, uma terra onde segredos e interesses pessoais em sua maioria valem mais do que ouro, redes de intrigas dentro da igreja, a eterna luta entre conservadores e reformistas, monges, freiras, condes, arcebispos, mercadores, carpinteiros, soldados e a monarquia. Personagens instigantes, espertos, cruéis, desprovidos ou não de emoções. Acompanhamos o exército inglês em guerra com os franceses, Kingsbridge buscando independência da igreja, jogos políticos e casamentos arranjados, acompanhamos a peste negra dizimando a Europa, ocasionando mais corpos para enterrar do que covas disponíveis.
Uma história viva ao acompanharmos o amor de Merthin e Caris, porém, sem Caris querer se casar, as lutas de Gwenda pelo amor de Wulfric que é apaixonado por Annet. A ambição de Ralph de crescer e torna-se soldado e talvez até mais, e assim restaurar honra a sua família. Merthin um carpinteiro brilhante que por isso, desperta a inveja e ódio de seu mestre. Gwenda vendida pelo próprio pai a ladrões e o monge Godwyn com a ajuda de Philemon buscando melhorar a igreja e o priorado onde serve, e trazê-lo de volta aos eixos, mas para isso ele precisa aprender a jogar o jogo do poder e pode acabar não saindo ileso desse jogo.
Este box é composto por dois livros enormes, 1136 páginas ao todo. Não me orgulho em admitir, mas adiei a leitura por medo. Medo de ser entediante, chato e uma leitura enrolada, nunca havia tido contato com nenhuma outra obra do autor e as únicas informações que eu dispunha da história eram provenientes da sinopse. Agora passo para vocês uma lição que eu julgava já ter aprendido: Nunca julgue um livro sem antes lê-lo, seja pela capa, autor, tamanho, etc. nenhum critério é mais justo do que a opinião após a leitura (apesar de que existem capas que me fazem desistir). Mundo sem fim é uma história fascinante e envolvente. Linguagem simples, detalhada, com um poder de nos transportar para o séc. XIV, rimos, torcemos, nos emocionamos, ficamos indignados e apreensivos, e talvez por isso seja uma das melhores histórias que já li.
Déborah Regina